segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O que mudou na relação Palmeiras x CREFISA?


A Sociedade Esportiva Palmeiras, vem sendo destaque no cenário do futebol sul americano por contratações milionárias com o financiamento através da parceria firmada com a Crefisa.
Entretanto, tal parceria foi conferida de perto pela Receita Federal e no post de hoje vamos explicar o que mudou para o ano de 2018.



COMO ERA A RELAÇÃO PALMEIRAS X CREFISA

A parceria firmada possuía um caráter quase de doação da Crefisa para o clube. O beneficiado, entregaria algum valor para o banco apenas em caso de lucro com a venda do jogador. Assim, caso não conseguisse vender um atleta por um valor superior ou igual ao contratado ou simplesmente não conseguisse vendê-lo, quem absorvia o custo da contratação era a instituição financeira.

Diversos jogadores foram contratados nesses termos, como Lucas Barrios, Dudu, Vitor Hugo, Guerra, Borja, entre outros. Assim, reforçando o já explicado, o clube não desembolsou nenhum valor com a compra desses atletas, e nos casos em que foram negociados abaixo do valor contratado, apenas repassaram o valor para a Crefisa que acabou no prejuízo. Ex.: Lucas Barrios rescindiu contrato com o Palmeiras e foi parar no Grêmio sem pagamento de multa rescisória, o clube paulista não precisou pagar nada para a financeira.

AUTUAÇÃO DA RECEITA FEDERAL

O modelo de negócio para o clube era o sonho de qualquer um. Entretanto, o contrato anteriormente firmado teve que ser modificado devido a um autuação da Receita Federal que detalharemos a seguir:

A Receita Federal atentou ao fato de em sua contabilidade a Crefisa discriminar os valores gastos na compra de atletas como despesa com marketing. Ocorre que essa “despesa” tinha a possibilidade de ser devolvida. Nesse sentido, a Receita entendeu que não seria uma despesa, mas sim um empréstimo.
Com a apuração desses dados, foi originada uma multa uma multa de R$ 30 milhões, a qual é importante ressaltar que já foi quitada.


COMO SERÁ A RELAÇÃO A PARTIR DE AGORA?

Embora a empresa não goste de chamar de empréstimo, os valores gastos com os jogadores terão que ser devolvidos, mas existem três cenários para essa devolução:

1) Venda de jogador pelo mesmo valor– o Palmeiras deverá devolver o valor gasto com a compra do atleta repassando o valor da venda.
2) Fim do contrato ou vendido por valor menor que o contratado – o Palmeiras também terá de devolver o valor despendido na contratação do atleta em um prazo de 2 anos.
3) Venda de jogador com lucro – O clube irá ressarcir o valor gasto pela Crefisa na compra do jogador, mas ficará com o valor referente ao lucro.


CONCLUSÃO

Em resumo, o Palmeiras seguirá num modelo muito benéfico para o clube. Seguirá com uma ótima saúde financeira, mas as contratações deverão ser melhor planejadas, pois a responsabilidade financeira tomará uma proporção mais arriscada do que a situação anterior. Não poderão mais contratar jogadores sem pensar em uma futura revenda, pois se não vantajosa quem arcará com os valores será o clube.

É interessante destacar que essa análise já era feita pela Crefisa, a qual não emprestava dinheiro para qualquer contratação, sempre havia uma análise para depois liberar o crédito, feita exclusivamente pela financeira.

Assim, o clube ainda possui, provavelmente, o maior poder de aquisição da América do Sul. Isso, aliado ao fato de ser necessária uma análise mais criteriosa das contratações talvez seja até um ponto positivo, pois o clube contratou um número exagerado de atletas de um bom nível resultando em uma folha de salário elevada e certos problemas de relacionamento entre os profissionais.